SEGURANÇA - Delegacia da Mulher em Caxias registra uma média de 4 pedidos de medidas protetivas por dia; 83 inquéritos foram instaurados de janeiro a setembro de 2020

Um dos locais mais violentos durante a Pandemia para a mulher que procura a delegacia da mulher para prestar alguma queixa está sendo a própria casa. De janeiro até setembro de 2020, já foram abertos (instaurados) 83 inquéritos policiais em Caxias (MA), onde a maioria são por ameaça e estupro de vulnerável. Em 2019 foram mais de 200 inquéritos. 



    Marília Vasconcelos, Delegada da Mulher de Caxias (MA)


"Estamos com 83 inquéritos, número bastante elevado, considerando a Pandemia onde as vítimas estavam impedidas de saírem de casa. Atualmente esse número está superior a antes da Pandemia. Chegam ameaças, lesões corporais e estupro de vulnerável", lembra Marília Vasconcelos, Delegada da Mulher.


Outra número que chama atenção é a quantidade de medidas protetivas a que as mulheres têm buscado junto a polícia, foram mais de 60 junto à Delegacia da Mulher de Caxias, uma média de 4 por dia.


"A demanda tem sido altíssima e percebemos um aumento em tempos de Pandemia. Provavelmente porque a vítima não encontra alguns órgãos que pudesse pedir a medida protetiva, e por isso vem à delegacia. Nós estamos com uma média de 4 medidas protetivas por dia, o que prejudica o andamento de inquéritos porque temos que diminuir a pauta de oitivas para dar conta", explica Marília Vasconcelos, Delegada da Mulher.


Uma medida urgente, onde a vítima solicita por meio da autoridade policial, ou do Ministério Público, que encaminha o pedido ao juiz em até 48h. A lei prevê medidas que ensejam obrigações ao agressor, como afastamento do lar, proibição de contato com a ofendida, além de medidas que asseguram a proteção da ofendida, como por exemplo, encaminhá-la junto com seus dependentes a programa oficial de proteção, determinar a recondução da vítima ao seu domicílio.


"A medida protetiva por abranger qualquer tipo de violência, seja patrimonial, quando por exemplo o agressor se apropria do dinheiro da vítima; pode ser uma violência psicológica, ameaça; pode ser um xingamento; pode ser violência sexual. Em alguns casos a vítima quer sair de casa, e ela pede o nosso auxílio para tirar objetos da casa, como o que aconteceu hoje a tarde. Mas a maioria das vezes a pessoa quer permanecer na casa e deseja que o agressor seja afastado do lar", frisa Marília Vasconcelos, Delegada da Mulher. 


Para a delegada, muitos conflitos são atribuídos ao isolamento social e questões econômicas.


"Acredito que o isolamento social deixou algumas sequelas, sequelas econômicas, psicológicas, e isso tudo reflete no âmbito doméstico. As pessoas não voltaram totalmente ao ritmo normal, eles estão com algumas restrições. Mas a vítima no ambiente doméstico tem sofrido, existe uma angústia social em razão do fim da pandemia, a crise econômica e toda a violência que ficou numa proporção maior por conta desse confinamento das pessoas", explica Marília Vasconcelos, Delegada da Mulher.



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