Brasil vive momento de recuo da pandemia, mas 2ª onda na Europa acende alerta




Guilherme Venaglia e Diego Barros, da CNN, em São Paulo e no Recife*


A pandemia do novo coronavírus refreou no Brasil, segundo indicam números recentes das entidades que acompanham a evolução da Covid-19 no país, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).


O Brasil chega ao final de outubro com números de volta ao patamar de maio, de acordo com a Fiocruz. A média móvel, que considera os últimos sete dias, chegou a 461,14 mortes por dia, segundo a fundação, o número mais baixo desde 6 de maio -- apesar de ainda ser um patamar alto.


De acordo com a Fiocruz, esse número representa uma queda de 6,5% em relação à média de uma semana antes e 33,4% menos óbitos do que um mês atrás. 


Doze unidades da federação tiveram queda na média de mortes em relação à semana anterior. Entre os maiores recuos estão Rondônia (-47,9%), Ceará (-44,6%) e Distrito Federal (-33,8%). Dez estados tiveram aumento na média de óbitos, com destaque para locais como Pará (95,4%), Amapá (66,3%) e Acre (40,8%).


Segunda onda


O maior temor que acompanha a queda nos casos é o medo de repetir a tendência da Europa. No velho continente, após experimentarem queda semelhante alguns meses atrás, os países vivem uma nova disparada dos casos e alguns já começam a adotar novas medidas de quarentena e distanciamento social.


Na França, o dia com o maior número de casos confirmados desde o início da pandemia foi este domingo (25), quando 52.010 casos da Covid-19 foram registrados no país.


O recorde anterior era de apenas um dia antes, quando foram registrados outros 45.422 casos da doença.


Na Espanha, o primeiro-ministro Pedro Sánchez anunciou a sua decisão de restabelecer um estado de emergência para a pandemia no país. Ele convocou uma reunião extraordinária com ministros para definir as novas medidas de distanciamento, que valerão inicialmente por 15 dias.


A Itália também divulgou novas medidas restritivas na tentativa de conter o rápido aumento da propagação de infecções por Covid-19 em todo o país. O decreto assinado pelo primeiro ministro Giuseppe Conte terá efeito a partir desta segunda feira (26). 


De acordo com o documento, os bares e restaurantes serão obrigados a fechar às 18h, hora local - e não poderão ter mais de quatro clientes por mesa.


A Europa e o Brasil


 


A primeira onda na Europa precedeu o início da pandemia no Brasil, nos meses de fevereiro e março deste ano. E começa o temor de que o mesmo possa ocorrer a partir de agora. O primeiro alerta oficial veio do Consórcio do Nordeste, entidade que reúne os nove governos estaduais da região.


O Consórcio, presidido pelo governador do Piauí, Wellington Dias, possui um comitê científico, que emitiu neste domingo um alerta para o risco de uma segunda onda na região após a situação no velho continente.


O temor dos especialistas que orientam os estados do Nordeste é se repetir a situação do começo do ano, quando pessoas que vieram de países onde haviam casos foram as primeiras a testarem positivo para a Covid-19.


Um dos pontos de alerta é o fato de estarmos nos aproximando do verão. Europeus são turistas frequentes para os estados do Nordeste, sobretudo Bahia e Pernambuco, durante a alta temporada.


Para o Consórcio, a flexibilização de medidas de isolamento justifica uma maior atenção à chegada de viajantes do exterior.


Estados Unidos


Fenômeno semelhante entrou na agenda dos Estados Unidos. O país registrou 83.718 novos casos da Covid-19 neste domingo (25), o segundo recorde de diagnósticos da doença do novo coronavírus em apenas três dias.


Um dos principais temas da campanha eleitoral no país, e apontado por especialistas como um ponto fraco da candidatura republicana, o contágio pelo novo coronavírus tem aumentado em estados que devem ser decisivos no colégio eleitoral, como Wisconsin, Flórida, Michigan e Pensilvânia. 


Agora, o contágio cresce no chamado "cinturão da ferrugem", que abriga estados industriais como Wisconsin, Michigan, Pensilvânia e Minnesota. Esses estados foram cruciais para dar a Trump a vitória contra Hillary Clinton quatro anos atrás e o presidente precisa vencer nesses locais de novo, se quiser ficar mais quatro anos no poder. 


*Com informações da CNN, da Reuters e da Agência Brasil

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