Ex-presidente do Banco Mundial defende cooperação de Biden com a China
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“Relações estão em queda livre”
Disse acreditar em “reconstrução”

PODER360
08.nov.2020 (domingo) - 12h25
O ex-presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse que Joe Biden, declarado vencedor das eleições presidenciais nos Estados Unidos, terá de buscar cooperação com a China.
De acordo com ele, por ser impossível deter o crescimento da economia chinesa, o democrata precisará achar pontos de convergência com o país oriental. Zoellick concedeu entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, que foi publicada neste domingo (8.nov.2020).
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“É possível conter a China economicamente? Não. Outros países não aceitariam essa ideia. Você pode lidar com pandemia, questões climáticas e economia internacional isolando a China? Não. Então, do ponto de vista prático, você tem de encontrar áreas onde deter a China, como segurança; onde se desvincular da China, como 5G e tecnologia; e outras em que pode haver cooperação. Não é uma questão de preto ou branco”, disse Zoellick.
O ex-presidente do Banco Mundial falou ainda sobre a política externa de Donald Trump à frente da Casa Branca. Ele afirmou que o atual presidente norte-americano rompeu uma tradição da política externa do país.
“Trump representa uma quebra da política externa americana. Sua abordagem é transacional. Suas relações são baseadas no seu ego e nas ligações pessoais com outras figuras políticas. Sua política externa foi a continuidade de sua política doméstica. Ele governou desafiando a ordem estabelecida”, declarou.
Mesmo com os ruídos herdados da administração Trump, Zoellick afirmou que Biden pode reconstruir uma relação amigável com a China.
“As relações estão em queda livre. Não sabemos qual é o fundo do poço e isso é perigoso. (…) Há dificuldades, mas a questão é saber se os EUA ainda podem trabalhar com a China. Se alguém quiser conter pandemia, mudanças climáticas e proliferação nuclear tem de trabalhar com a China”, disse.
EUA E BRASIL
Sobre as relações dos EUA com o Brasil, Zoellick disse que acredita em uma parceria entre os países, mesmo com os antagonismos de Biden e Bolsonaro em relação à preservação do meio ambiente.
“Vai depender das ações de Bolsonaro e do Congresso brasileiro. Um governo Biden não vai procurar briga com o Brasil. Ele tem outras demandas. Parte do desafio na América Latina será evitar uma década de estagnação por causa da pandemia. A crise da Venezuela também não atende ao interesse de ninguém. É uma tragédia que tem múltiplos efeitos, até mesmo para o Brasil. Biden deve conversar com outros governos na América Latina sobre como lidar com esse problema. Minha aposta é que o Brasil pode ser um parceiro-chave”, disse.
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