Umbanda completa 112 anos no Brasil e em Caxias (MA) a religião segue ganha adeptos

No Dia da Consciência Negra, o Blog Pantheon do Brasil visitou um terreiro de Umbanda para falar um pouco sobre esta religião de matriz africana, nascida no Brasil em 15 de novembro 1908. No último dia 15 de novembro de 2020, a manifestação religiosa completou 112 anos. 

                  

                                                    Zélio Fernandinho de Morais

Fundada pelo codificador Zélio Fernandinho de Morais, que faleceu aos 84 anos em 1975, a Umbanda tem origem em São Gonçalo no Rio de Janeiro. Em Caxias, um grupo de jovens que integram o Grupo de Estudos de Umbanda, Orientadores de Aruanda, formado a pouco mais de 4 meses, dão segmento à religião que ganha adeptos.

"É uma religião genuinamente brasileira. É uma religião que trabalha somente o bem, a caridade e o amor. E, a gente está aqui justamente como difusores dessa religião. Estamos plantando as sementes para que a gente possa difundir para os jovens que têm receios de se mostrar enquanto Umbandistas. É uma fé acolhedora e que abraça todo mundo independente de raça ou orientação sexual", diz André Ribeiro, médium de Umbanda.

Tainara Araújo e Fernando Silva, se aproximaram da Umbanda, quebraram rótulos, e encontraram acolhimento. Eles também levam em frente a tradição religiosa.

"Desde muito cedo eu ouvi falar em Umbanda, minha mãe era Umbandista. Passei por momentos difíceis, tentei suicídio, busquei tratamento, só que nada resolvia. Frequentei outras denominações religiosas e buscava solução, mas foi na Umbanda que eu achei luz. Minha vida mudou bastante. Questão de depressão não tenho mais. E, graças à Deus, um novo caminho, buscando ajudar as pessoas e me ajudando", explica Tainara Araújo, médium de Umbanda.

"Na verdade eu recorri a Umbanda por causa da minha esposa. Quando me falavam sobre Umbanda, eu associava a coisa ruim, e tinha logo aquele preconceito. Eu falava bastante sem nem conhecer. E, aí quando a gente foi a primeira vez, eu fui acompanhando minha esposa, eu vi que não era nada que falavam. Eu me encantei pela Umbanda. Depois que eu saí da casa onde eu estava, eu passei a pesquisar, é uma  verdadeira prática da caridade, fazer o bem sem esperar nada em troca. Tudo aquilo que Jesus deixou de fato", frisa Fernando Silva, médium de Umbanda.

Um orixá é o nome que se dá a um deus cultuado pelas crenças africanas. Cada integrante da Umbanda tem uma identificação com um orixá: Tainara, Fernando, revelaram quais são os deles.

"O meu orixá é Iemanjá. A gente chega a saber qual o orixá por meio da intuição, jogos de búzios ou entidades que revelam. No meu caso foi por intuição. Sempre tive afinidade por Iemanjá, me identificava nas características. Tanto é que hoje eu deixo meu cabeço crescer pra homenagear a minha orixá", explica Tainara Araújo, médium de Umbanda.

"Meu orixá é Obaluaê, no sincretismo é São Lázaro. Me foi revelado por meio de sonho", diz Fernando Silva,  médium de Umbanda. 

Uma das características da Umbanda é o Sincretismo Religioso. Santos cultuados na tradição católica, aqui ganham outros nomes. As imagens no terreiro visitado por nossa reportagem ficam em local que recebe o nome de Congá. 

"Na época da escravidão, e para não deixar de cultuar os orixás, eles associaram as imagens dos orixás aos santos católicos. E, até hoje dentro da Umbanda isso vem fazendo parte através do sincretismo. Nossa Senhora Aparecida que para nós Umbandistas representa Oxum; Nossa Senhora Santana, que representa Nanã Buruque; Jesus, Oxalá, e assim por diante", frisa André Ribeiro, médium de Umbanda.  

Quem tiver interesse em conhecer mais sobre a Umbanda em Caxias basta ir ao Instaram: @orientadoresdearuanda.