Política econômica de Guedes está criando 'novos escravos', diz Ciro Gomes


Em entrevista à Rádio Metrópole, ex-ministro alertou para o crescimento da dívida pública e do desemprego no país

[Política econômica de Guedes está criando 'novos escravos', diz Ciro Gomes]
Foto : Metropress

Por Juliana Rodrigues no dia 24 de Fevereiro de 2021 ⋅ 08:56

O ex-ministro e ex-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) fez duras críticas à condução da política econômica do Brasil pelo governo de Jair Bolsonaro, em meio à crise causada pela pandemia de coronavírus. Em entrevista a Mário Kertész, hoje (24), no Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, Ciro elencou fatores que considera problemáticos, como a alta taxa de desemprego.

"São 14 milhões de pessoas desempregadas abertamente, só que nós temos aqui o que o IBGE chama de desalentados. O que é o desalentado? É o camarada que desistiu ou não pode mais procurar emprego, inclusive por conta da pandemia. Sabe quantos são? Seis milhões de brasileiros. São, no total, 20 milhões de pessoas que hoje amanheceram, pediram ao trocador para pular a catraca porque não têm o mínimo para pagar uma passagem pra sair e procurar emprego. Temos pela primeira vez na história do Brasil a maior quantidade de pessoas sadias para o trabalho empurradas para a informalidade. Se virando nas motocicletas para ganhar 5 reais nas madrugadas, levando comida nas costas quando no bucho não têm comida. (...) É um novo escravo, que é a economia de Paulo Guedes pro Brasil. E a renda do povo, por causa disso, está caindo", pontuou.

Ciro ainda alertou para o crescimento da dívida pública e repudiou a Proposta de Emenda à Constituição que estabelece a volta do auxílio emergencial bancada pelo fim dos mínimos de gastos em saúde e educação, tanto na União quanto em Estados e municípios. "Se você olhar para os últimos 12 meses, a conta pública brasileira tem quase R$ 900 bilhões de buraco, entre o que o governo arrecadou e o governo gastou. É o socorro emergencial? Mentira. O socorro custou R$ 238 bilhões e já foi suspenso fora da hora. (...) A dívida pública brasileira pela primeira vez arredondou os 90% de um ano inteiro de riqueza, que é o chamado PIB. Os juros futuros estão explodindo por conta dessa quebradeira geral das contas do governo brasileiro. Não tomaram nenhuma providência na receita e estão propondo voltar o socorro com 250 reais por apenas três meses, e querem tirar o dinheiro de onde? Eles estão propondo uma emenda na Constituição para acabar com o financiamento vinculado da Saúde e da Educação. Com isso, acaba o Fundeb, e podem fechar escolas no interior do país", disse.

A política de privatizações do ministro Paulo Guedes também foi alvo de críticas de Ciro Gomes. "O Polo Petroquímico tomou uma pancada agora, com a venda da Refinaria Landulpho Alves, a primeira refinaria do Brasil, por R$ 1,65 bilhões. Venderam por 1/4 do valor que se gasta para fazer uma refinaria. E o fluxo de caixa dela garante que ela vale o dobro. Vende e pronto, pro empresário estrangeiro, ninguém sabe como foi apurado esse preço, e simplesmente estão fazendo isso com o Brasil", afirmou.

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