“Petrobras será privatizada”, diz Doria ao criticar monopólio do petróleo


Em entrevista à CNN, pré-candidato à Presidência pelo PSDB afirma que, se eleito, irá vender estatal e que partido deverá definir chapa entre julho e agosto

Elis FrancoFábio Munhozda CNN

São Paulo

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Em entrevista exclusiva à CNN na noite desta quinta-feira (3), o pré-candidato à Presidência pelo PSDB, João Doria, afirmou que irá privatizar a Petrobras caso seja eleito.

O governador de São Paulo disse ainda que pretende criar um fundo de compensação para diminuir a pressão internacional sobre o preço dos combustíveis no Brasil.

“A Petrobras será privatizada, numa modelagem bem-feita e bem construída. Isso não significa dizer que a Petrobras é incompetente ou é corrupta. Já foi, em um passado não muito distante, no governo Lula [PT]. Mas eu não faço essa observação neste momento”, declarou o tucano.

Para Doria, “não faz mais sentido o Brasil ter um monopólio do petróleo com uma estatal”. O tucano acrescentou que a ideia é “colocá-la no mercado não para termos um monopólio privado, mas uma empresa que, nessa modelagem, provavelmente, vai gerar três ou quatro empresas”.

O governador de São Paulo acrescentou que o programa de privatização da Petrobras “deve ser iniciado com a privatização das refinarias para que haja competição e a competição possa permitir preços mais adequados e não um monopólio, como acontece hoje”.

Sobre a política de preços da Petrobras, Doria afirmou que, se eleito, seguirá a proposta apresentada pelo economista Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e atual secretário estadual da Fazenda e Planejamento de São Paulo.

“A tese proposta pelo Henrique Meirelles é compor um fundo de compensação de uma Petrobras privatizada para que esse fundo de compensação sirva de colchão para evitar os impactos que os preços do petróleo no plano internacional possam determinar aqui no Brasil e sejam imediatamente transferidos para o preço dos combustíveis, notadamente o diesel e o botijão de gás”, explicou o tucano.

O pré-candidato assegurou que a modelagem será feita de modo a “garantir que aqueles que forem os compradores da Petrobras todos os meses deverão suprir este fundo com recursos”.

Formação da chapa

Questionado sobre as possibilidades de formação de sua chapa presidencial, Doria afirmou que as definições do partido deverão ser tomadas entre julho e agosto. Ele admitiu, inclusive, a possibilidade de o PSDB formar uma federação com o MDB, que atualmente tem a senadora Simone Tebet (MS) como pré-candidata.

Doria evitou, porém, falar se abriria mão de sua candidatura para ser vice da parlamentar. “É cedo ainda para afirmações de um lado e de outro. Temos que seguir fazendo nossas campanhas, com a compreensão de que estamos trafegando na mesma direção”, comentou.

Pouco depois, o tucano foi indagado sobre outra possibilidade de chapa presidencial, com a senadora Eliziane Gama (MA), do Cidadania – partido que também é cotado para uma federação com o PSDB. Doria demonstrou estar aberto a essa possibilidade.

“Fiquei feliz, satisfeito e honrado e, sim, é uma pessoa com dimensão para fazer esse pleito. E tem o apoio de uma parcela considerável do Cidadania”, elogiou.

O pré-candidato tucano minimizou o desempenho fraco que vem demonstrando nas pesquisas, lembrando que nas vezes em que se elegeu – para prefeito de São Paulo em 2016 e governador do Estado em 2018 – também saiu bem atrás nas intenções de voto.

“Em 2016, quando iniciei a campanha, na primeira pesquisa eu tinha 1%. O líder tinha 38%. Venci com 53% dos votos no primeiro turno, derrotando o PT de Fernando Haddad, de Lula e de Dilma Rousseff”, pontuou.

Ele também afirmou não ter medo de fazer o “enfrentamento” com os líderes na pesquisa, Lula e Jair Bolsonaro (PL). “Minha vida política sempre foi baseada na coragem”, acrescentou Doria.

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